7 Lugares surreais (literalmente)

Marin Matos

2/1/2024

Alô, pessoas estranhas de todo o Brasil. Se você sempre viu o mundo de cabeça pra baixo e se seu estilo de arte favorito é o surrealismo, vem conhecer: 7 lugares que são, literalmente, surreais!

Nossa lista começa, claro, pela casa da diva Frida Kahlo que tem não só um clássico da arquitetura, como dois atrelados ao seu nome:

a Casa Azul e o Museu Casa Estúdio de Diego e Frida. A Casa Azul, hoje Museu Frida Kahlo, fica em em Coyoacán, na Cidade do México, e é o lugar onde Frida passou sua infância, adolescência

e os últimos anos de sua vida. A casa foi construída por seu pai, Guilhermo Kahlo, em 1904. E em 1946, o arquiteto Juan O’Gorman construiu o estúdio de Frida, local onde a artista passava a maior parte do tempo.

Já o segundo lugar histórico, poderia ser a casa perfeita para os casais poliamorosos de hoje em dia.

É o Museu Casa Estúdio Diego Rivera e Frida Kahlo, em San Ángel, Cidade do México. Composta por duas casas distintas, a azul de Frida e a vermelha de Diego, a casa era conectada por uma ponte. Romântico mas mais ou menos. Frida viveu lá por pouco tempo e preferiu voltar para sua casa azul original.

Mudando de continente, chegamos à Europa, mais especificamente à Casa-Museu Salvador Dalí, em Port-Lligat, na Catalunha. Em 1930, encantado pela paisagem, luz e isolamento do local, Dalí se instalou nessa pequena casa de pescadores, onde viveu por cerca de 40 anos.

Fotos: Mundo Desconcertante

Ele dizia que a casa funciona "como uma verdadeira estrutura biológica onde cada novo impulso de nossa vida corresponde a uma nova célula, uma nova peça". E sobre Portlligat, o artista dizia que lá “o tempo passa mais devagar e cada hora tem sua dimensão própria.” Reizinho surreal.

Foto: Carletes
Foto: DagafeSQV

Chegando às bucólicas paisagens Toscana, bem-vindos ao Jardim do Tarô de Niki de Saint Phalle. O jardim é uma das obras mais impressionantes de arquitetura e arte, juntas e lá os arcanos ganham vida.

Sua construção levou mais de 17 anos e foi extremamente importante para Niki, que era uma artista neuroatípica. Ela disse que lá ela deixava sua tortura para trás e sentia uma ligação mística com a natureza, com o ar, com a luz. Entrar no jardim de Niki é entrar num quadro surrealista, mais 3D que qualquer exposição tecnológica. Lá, cada mínimo detalhe te faz sentir algo que você nunca imaginou.

Nossa próxima indicação está localizada em Valinhos, cidade próxima de Campinas.

É a Fazenda Capuava, um lugar de arquitetura marcante, como tudo que o artista brasileiro Flávio de Carvalho fez. Flávio é considerado modernista mas nós achamos que o artista é o verdadeiro surrealista brasileiro, talvez jamais dado o devido crédito.

A fazenda é uma mistura de arquitetura egípcia, maia e modernista e foi construída em 1938, uma época em que ousar na arquitetura era algo raro.

E claro que não podemos esquecer que Flávio também construiu a Vila Modernista, no Jardins em São Paulo. As 17 casas eram tão tão incomuns, que o artista elaborou um manual de instruções ensinando usar a casa. O público em geral odiou, mas os artistas e intelectuais amaram. Infelizmente, São Paulo cuidou muito mal desse patrimônio e hoje em dia mal se vê resquícios do projeto original.

Por último mas não menos importante, menção honrosa a Lisboa, que recebeu de presente uma ode do filme bem surrealista, Poor Things. O cenário da cidade ganhou efeitos especiais incríveis e tem até Carminho cantando fado na trilha sonora.

Marin Matos

Marin Matos é editor-chefe do Pronto, além de diretor de arte, designer, escritor e autor dos livros “Reinventando Marias” e “Antes do Sol Nascer”. Pessoa não-binária, nascido na Pavuna (Rio de Janeiro), vivido em Niterói, Vila Isabel e São Paulo, e atualmente estuda Cinema em Lisboa.