A boemia está perdendo seus baluartes?

Pedro Philippe FS.

4/10/2024

NÃO SOU MAIS DISSO

Uma pesquisa publicada neste ano mostra que o hábito de consumo de álcool do brasileiro vem diminuindo.*

Enquanto os jovens da Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) se mostram preocupados com a famigerada ressaca moral, os Millennials (nascidos entre 1984 e 1995) têm medo mesmo é da ressaca propriamente dita. Uns com medo de se passar, outros com medo de ficar passado.

*’Copo meio cheio’, publicado em julho de 2024 pela Go Magenta

NÃO PERCO MAIS UMA NOITE À TOA

A pesquisa ‘Copo meio cheio’, levantada pela empresa de consultoria Go Magenta e publicada em julho deste ano, percebeu que 62% dos brasileiros já tentaram reduzir o consumo de álcool no último ano, tentando manter uma rotina mais saudável. Dos que tomaram a decisão de se esforçar para beber menos, 79% afirmaram ter conseguido.

SÓ TOMO UMA NO BAR: BASTOU!

Ainda segundo o estudo ‘Copo meio cheio’, o número de gen-z que bebem álcool vem diminuindo consideravelmente. Hoje em dia, 8,1% dos brasileiros e brasileiras de 18 a 24 anos tomam uma birita mais de três vezes por semana. Enquanto entre os adultos de 45 a 54 anos, essa parcela é de 9,1%. De olho nisso, a indústria de bebidas já vem se adaptando. A cada mês, uma nova bebida zero álcool é lançada para abocanhar o público da nova geração.

NÃO PERCO MAIS O MEU COMPROMISSO

Os jovens da Geração Z têm bebido menos porque não gostam de perder o controle, enquanto os jovens Millennials têm pisado no freio porque o corpo - uma hora - pede. A cachaça cobra rápido do cachaceiro fitness e cobra caro: a ressaca diminui o nosso desempenho aeróbico em 12% no dia seguinte ao da farra. Além disso, o álcool desacelera o nosso metabolismo e prejudica o ganho de massa magra.

Assim, fica difícil manter a rotina fitness e a esbórnia.

VELHOS, SIM e GOSTOSOS, TAMBÉM

Não, e detalhe! Estamos ficando velhos, né!? Hoje a gente quer ter o corpitcho do verão, mas o foco também é no futuro: manter nossa autonomia para quando a gente ficar velhinho. Em A revolução dos músculos, lançado em março no Brasil, a geriatra Gabrielle Lyon compartilha estudos que mostram que a melhor fórmula para envelhecer é manter uma boa quantidade de massa muscular no corpo.

Aquele velho bordão — um pouco de droga, um pouco de salada — dos millennials está com os dias contados. Seja pela ressaca que mais parece uma dengue, pela dor aqui e outra ali que aparece quando as atividades físicas não fazem parte da rotina ou pela simples mudança de hábito. A questão é: onde vamos socializar no futuro? 

E VOCÊ?

Conhece alguém que diminuiu a bebida para focar em atividades físicas?

Pedro Philippe FS.

Jornalista e podcaster do sertão do Cariri cearense