Kumurõ

Da Redação

5/9/2024

ÚNICO

Na fronteira amazônica entre Brasil e Colômbia vivem os Tukano. Eles estão na bacia do Rio Uaupés, um dos principais afluentes do Alto Rio Negro. Uma das características dessa etnia é a confecção do Kumurõ, um banco feito somente pelos homens a partir de um tronco de árvore.

É sentado neste banco que o Benzedor acompanha rituais de passagem, grandes cerimônias e também realiza cura de doenças. O aprendizado é passado de pai pra filho, de geração em geração. Logo que a criança começa a engatinhar, ela recebe seu primeiro banco do pai ou do avô. Isso significa que já tem seu lugar naquela família. À medida que cresce, o banco vai crescendo junto. Os bancos têm usos variados, seja em cerimônias, nas habitações ou como objeto de troca com outras etnias.

CUIDADOS COM A MADEIRA

Uma árvore pode dar vida a inúmeros bancos, em um processo que leva mais ou menos três dias. Depois que a madeira é coletada e dividida em partes, ela precisa ficar embaixo d´água, submersa no rio. Isso garante que sua cor permaneça mais clara e facilita o trabalho do artesão com a madeira.

ARTE

A madeira ganha acabamento depois de ser entalhada. A superfície é lixada para ficar bem lisa. Só assim a peça vai estar preparada para receber a primeira parte da pintura no assento, que é feita a partir de plantas como urucum e carajuru, e os grafismos, feitos com auxílio de um carimbo natural e argila. As marcas aparecem na madeira com a reação da argila na tinta. O último passo é levar os bancos para lavar na água do rio e, depois de secar, passar o fixador.

RITUALÍSTICA

Os grafismos desenhados pelos artesãos nos assentos de cada banco têm diversas representações dentro dos rituais Tukano. Um deles é o corpo de uma cobra, responsável por transportar toda a humanidade. Há também representações de couro de paca, anta, pássaros e borboletas.

E você, já tinha ouvido falar nos bancos indígenas ou no banco Tukano? Conta pra gente

Da Redação

Equipe Pronto Jornal.