Pedro Philippe FS.
9/1/2024
Thereza Eugênia já deu muito rolê pelo Rio de Janeiro com sua máquina fotográfica. Baiana de Serrinha, ela mora no Rio desde 1964 e ali fez muitos amigos - alguns deles ilustríssimos, que você com certeza conhece de ouvir falar.
Ney Matogrosso, Maysa, Roberto Carlos, Gal Costa, Maria Bethânia… São alguns dos ícones da MPB que estiveram na mira da câmera de Thereza. Suas lentes registraram momentos históricos da nossa música, nos palcos e no íntimo dos artistas que foram e são do seu convívio.
O rolê dela hoje consiste em uma caminhada diária de cerca de 20 minutos de sua casa até o Forte de Copacabana no fim da tarde, onde ela senta num banco e lê um jornal. Foi lá que ela recebeu o PRONTO para um papo sobre passado e presente do barato do Rio de Janeiro.
Só quem viveu, sabe. “O grande barato no Rio de Janeiro era o Canecão”, Thereza conta. Em funcionamento dos anos 60 até 2010, a casa de shows ficava em Botafogo e era queridinha do público e dos músicos. Foi lá que ela fez a foto de Roberto Carlos que acabou estampando a capa do álbum lançado por ele em 1970.
Apesar de ser uma casa de shows recente, o Manouche lembra aquelas boates aconchegantes e intimistas por onde passaram os grandes nomes da era do rádio e da bossa nova. Fica no Jardim Botânico e recebe shows para um público bem reduzido, o que faz a experiência ter um ar de exclusiva.
Se pudesse pegar uma máquina do tempo e voltar para um único show do passado - entre inúmeros shows icônicos que já viu - Thereza Eugênia voltaria, sem dúvidas, para ver de novo os Doces Bárbaros.
Thereza Eugênia viu vários shows em 2023. Viu Adriana Calcanhotto no festival Doce Maravilha, viu também Alice Caymmi no Manouche… Mas se tiver de escolher só um show bacana deste ano, ela vota em Marina Sena no Circo Voador. A cantora mineira, que hoje desponta no pop, homenageou Gal Costa em um show no festival The Town, para o qual Thereza cedeu seu acervo fotográfico.
O ano era 1969. “Eu tinha uma máquina vagabunda, que não era automática e eu não sabia regular a luz. Quando ela entrou com o violão, cantando ‘se você pensa que vai fazer de mim o que faz com todo mundo que te ama…’, eu achei aquilo maravilhoso e fiz a foto do jeito que eu pude”.
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Em 2019, no camarim após um show no Vivo Rio, Thereza e Gal se viram pela última vez. Um registro de Thereza que vai ficar na lembrança é o encontro da cantora com a atriz Sophie Charlotte, que veio a interpretá-la no filme Meu nome é Gal.
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PRONTO é um portal de boas histórias: experiências, cultura, gastronomia e informação com personagens da vida real e um conteúdo genuíno. Se a curiosidade te guia, aqui você encontra narrativas mais pessoais, do fascinante ao trivial.
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